“Na Europa e nos Estados Unidos, esse tipo de viagem é bem comum e diversas empresas oferecem o serviço sem o menor constrangimento. No Brasil, tudo é muito mais discreto e restrito”, explica Paulo, 49 anos, proprietário da empresa Casal First Tour, que levou alguns dos casais brasileiros à já citada viagem de navio pela Europa. O empresário, que prefere não revelar o sobrenome, contou ao Delas como funcionam esses cruzeiros destinados ao que ele chama de “swingueiros”.
“A primeira coisa a desmistificar é que, ao contrário do que a maioria das pessoas imagina, os casais não ficam transando que nem loucos o tempo todo da viagem”, diz Paulo, explicando que o sexo acontece mais intensamente quando anoitece. “É claro que durante o dia, a paquera rola solta entre os casais, o que vai criando um clima de intimidade, as pessoas vão se conhecendo e descobrindo afinidades”, completa.
Praticante de swing há mais de cinco anos, o casal formado por Gustavo, 39 anos, e Sol, 42, que prefere não revelar seu sobrenome, conhece bem esse flerte que rola a bordo. “No final da tarde, muitos casais vão à piscina tomar sol, você pode ficar nu, de biquíni ou do jeito como preferir. O clima esquenta quando começam as brincadeiras”, conta ela, referindo-se às atividades recreativas promovidas pelos organizadores da viagem: desde desfiles de lingeries a shows de sedução que, embora não mostrem cenas de sexo explícito, são bastante eróticos.
Mesmo na piscina e na boate do navio, no entanto, apenas a paquera e as brincadeiras eróticas são permitidas. Sexo, só nas cabines ou no playroom.
E é no playroom que o sexo coletivo acontece. São várias camas artisticamente arranjadas e que podem ser parcialmente separadas por véus transparentes. Decorado com imagens eróticas, o playroom fica aberto até de madrugada. Sempre à meia luz, “os casais podem fazer trocas, transarem em grupos ou exibirem-se uns para os outros”, revela Gustavo.
O playroom é o lugar da ação nos cruzeiros de swing. Lá, a nudez e o sexo são liberados
Como Gustavo sugere, nem todos os pares a bordo se comportam do mesmo modo no playroom.
De maneira geral, eles podem ser divididos em: voyeurs, aqueles que apenas observam os outros casais em ação; exibicionistas, que gostam de transar em público, mas não fazem trocas; softs, que topam fazer as preliminares com outros, mas penetração só com o(a) parceiro(a); os que curtem sexo a três -- na maioria da vezes, um casal acompanhado de uma mulher -- e os troca-troca geral, para quem vale-tudo, sem restrições.
“É comum que um casal que viaja pela primeira vez neste tipo de cruzeiro apenas observe e não faça sexo com outro casal”, avalia Paulo. “Nas viagens seguintes, ele vão se soltando e começam a praticar o swing com mais naturalidade”, prossegue.
De acordo com Paulo, os brasileiros exigem muito mais discrição do que os europeus e americanos na hora de contratar um cruzeiro. “Eles têm pavor que outras pessoas fora do meio do swing saibam que fazem esse tipo de viagem. Muitos até contratam o serviço diretamente no exterior para tentar se proteger ainda mais”, aponta o empresário.
Alguns casais preferem eles mesmos organizarem a viagem junto com outros suingueiros, sem intermediários, para evitar possíveis indiscrições. Esse é o caso de Gustavo e Sol, que até criaram o blog Solenieve para reunir os interessados em cruzeiros para casais "liberais".
O ambiente do playroom é preparado para funcionar até de madrugada
Fazer esse tipo de turismo não custa barato. Como nenhum cruzeiro parte de um porto brasileiro, as viagens têm que ser feitas no exterior, o que encarece mais a conta.
“Em média, uma cabine para dois custa R$ 8 mil e você tem que somar a isso os R$ 2 mil da passagem aérea, por pessoa, até o destino da partida do navio”, calcula Sol.
“Isso acaba restringindo o público a casais com alto poder aquisitivo e não tão jovens, a faixa etária fica entre 35 e 50 anos”, acrescenta Paulo.
Independentemente das restrições financeiras, esse nicho do mercado de Turismo não é nada pequeno. Numa estimativa para a rede de TV americana ABC, o site AdultFriendFinder, uma das maiores comunidades online de troca de casais, calculou que há atualmente 10 milhões de praticantes de swing no mundo. Público suficiente para lotar vários navios como o que passou pela Europa em junho.
Mais informações sobre cruzeiros para casais' liberais':
- Menores de 21 anos não embarcam;
- Homens solteiros não entram de jeito nenhum;
- Mulheres solteiras entram em alguns cruzeiros, mas sempre acompanhadas de um casal;
- Nada de fotos, máquinas fotográficas são proibidas a bordo;
- A bordo, o casal tem liberdade para fazer só fazer o que deseja, o que fica claro na norma máxima adotada pelos praticantes de swing: “não significa não”.
Beijos, Dra. Sexy
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