Duas noites de Excesso

"Houve um momento que me encontrei com a cabeça presa entre as coxas de minha companheira. Achei que adivinhava seu desejo. Inspirada pela lubricidade, comecei a lambê-la em seu mais tenro e terno recôndito.

Mas meus esforços respondiam mal ao que queria. Rapidamente me puxou para ela e, escorregando debaixo do meu corpo, se posicionou entre minhas coxas, atacando-me com a boca. Sua língua, ágil e pontuda, me picava, me sondava, como um estilete que rapidamente se enfia e se retira… Seus dentes me prendiam como se quisessem me estraçalhar…

Comecei a agitar-me, excitada como uma perdida. Empurrei a cabeça… puxando seus cabelos. Então ela relaxou a mordida, tocava-me com suavidade, molhava-me com sua saliva, lambia-me lentamente, mordiscava os pêlos e a carne de uma forma refinada, ao mesmo tempo, delicada e sensual, que a pura lembrança me faz transpirar de prazer. Oh! Com que delícias me excitava! Que furor me possuía! Eu gemia descontrolada, caía abismada e me levantava exaltada e sempre encontrava a ponta rápida, aguda, daquela língua me perfurando implacável. Dois lábios suaves e firmes prendiam meu clitóris, como pinça o apertavam para me arrancar a alma.”

Fragmento de “Duas Noites de Excesso“ (Alfred de Musset) em As 100 Melhores Histórias Eróticas da Literatura Universal –

Editora Ediouro