Friday, March 14, 2008
Aulas sobre Sexo
Dorival Coutinho é uma figura singular. Em 70, ingressou na carreira cinematográfica e atuou como roteirista, diretor e até ator de filmes da pornochanchada. Inclusive, ele ficou conhecido como o "Príncipe da Pornochanchada". Ao longo do tempo, Coutinho sentiu que algo faltava no universo do filmes pornôs e, mais tarde, chegou à conclusão de que o problema era grande e residia justamente na forma com que as pessoas lidam com suas vidas sexuais.
Então, em 1996 fundou a Escola do Sexo. No início, a idéia era dar um curso de formação para atores de filmes eróticos. Mas com o tempo, Dorival percebeu que deveria ir mais a fundo. "Os próprios atores tinham dúvidas sobre como se relacionar, aí percebi o quanto o brasileiro está mal formado sexualmente", explica Coutinho
"O sexo no Brasil é uma das coisas mais baratas que existem. Quem quiser, consegue transar com apenas alguns trocados", diz Coutinho. E continua - " a questão da sexualidade é muito forte por aqui, está na nossa cultura, no nosso clima, na nossa natureza. Mas mesmo assim o brasileiro não lida com o sexo de maneira humana", acredita Coutinho.
E para melhor compreender a sexualidade e a forma com que o ser humano se relaciona, no final da década de 90, o cineasta e expert em relacionamento até ingressou em uma jornada pelo Oriente, onde entrou em contato com novas filosofias que o ajudaram a compreender o tema com maior claridade. Com tanta curiosidade e conteúdo, Dorival Coutinho resolveu colocar tudo o que sabia e aprendera nos livros e, em 2002, lançou a "Bíblia do Sexo Sagrado - Ciência da Vida", um guia para quem deseja se relacionar de maneira mais saudável e que nasceu das apostilas que fazia para seus cursos.
Agora, em novembro de 2008, o cineasta e escritor resolveu reabrir a Escola do Sexo e ministrará o curso "Kama Sutra Brasileiro", de curta duração, em que discutirá vários temas relacionados ao amor e ao sexo (veja abaixo). O objetivo de Coutinho é instrumentalizar o aluno com a consciência oriental sobre sexo - mas ambientalizada na sociedade brasileira herdeira do paradoxo da cultura judaico-cristã, que encara o prazer com culpa.
"Enquanto o brasileiro freqüenta catequese e não cria a disciplina de cuidar do corpo e da alma, o hindu faz ioga e medita diariamente desde criança, assim o sexo é encarado como uma das formas de se aproximar do divino", acredita Dorival. "Ainda por cima, o amor na nossa sociedade é visto como um sinal de fraqueza", completa o expert.
O especialista também diz que a questão não é que as pessoas não sabem se relacionar sexualmente, pois todos sabem transar. A questão é que algumas barreiras impedem a realização plena do prazer. "Essa desumanização [das relações] acontece quando há a separação do amor e do sexo. Todos sabemos transar, pois o sexo é uma necessidade fisiológica e natural. O problema é quando esses dogmas e conceitos de pecado nos trazem esse sentimento de culpa", explica Dorival Coutinho.
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