Segundo um estudo americano, os homens têm cerca de 30% de chances de apanhar de alguma mulher ao longo da vida.
Estou com uma Marie Claire nas mãos. Edição americana. Já disse alguma vez que revistas são um dos maiores amores de minha vida? Acho que sim. Bom, vejo na MC uma foto de uma cantora ao lado do namorado. Ele tinha sido claramente surrado por ela. A reportagem diz que é cada vez mais comum homens apanharem de mulheres. Um estudo citado diz que há quase 30% de chances de um cara apanhar da mulher ao longo da vida.
Sou cético em geral. Mas não duvido disso. Você, leitor ou leitora, talvez tenha uma história para contar. Tem? Caso queira compartilhar, sinta-se em casa.
Quanto a mim. Me ocorre uma passagem de John Le Carré, um dos meus romancistas amados. Le Carré foi o mestre supremo da espionagem na Guerra Fria, naquele tempo em que Estados Unidos e União Soviética pareciam estar a um passo de se destruir – e ao mundo. Le Carré, inglês, escreveu naquela época o maior clássico da espionagem, O Espião que Saiu do Frio. Você não leu? Deveria. Dizem, os eruditos, que romance de espionagem é literatura baixa, mas Le Carré fez grande arte.
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(MAIS: Por que fugir das mulheres egocêntricas)
A cena mais bela de O Espião que saiu do Frio é passada no Muro de Berlim, numa tentativa heroica de fuga. Le Carré é um escritor tão bom que sobreviveu ao fim da Guerra Fria. O Jardineiro Fiel é dele. Foi escrito muitos anos depois da queda do Muro e do fim da União Soviética, e é um livro ótimo, muito acima do filme de Fernando Meirelles.
Bem, de volta à reportagem da revista Marie Claire. É de Le Carré, pela fala de um personagem, a reflexão mais sábia que já li sobre mulheres agressivas em suas incursões sobre homens. Disse o personagem de Le Carré: “Mulher nenhuma que me bateu teve uma segunda chance”.
Admito que não li essa frase no momento ideal. Tenho Sêneca, Marco Aurélio e Montaigne ao meu lado. São meus filósofos prediletos, e quantas vezes me trouxeram calor em noites frias e arrastadas, aquelas em que você procura algum sentido para as coisas e a resposta que lhe vem é um silêncio gritante. E digo, tranquilamente, que a frase de Le Carré, pela imensa carga de sabedoria prática, poderia ter sido escrita por qualquer um deles.
Beijos, Dra. Sexy
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